Screening com IA: como entrevistar 100% dos candidatos sem perder qualidade

É humanamente possível dar atenção justa a cada candidatura? Não. Mas é errado deixar a avaliação somente com as palavras-chaves

Gabriel Appel

September 3, 2025

Em 2024, o Google recebeu mais de 3 milhões de candidaturas para vagas de emprego. O Goldman Sachs, 315 mil apenas para seu programa de estágio. O governo da Índia, entre 2014 e 2022, recebeu mais de 220 milhões de aplicações para empregos públicos.

Agora a pergunta inevitável: é humanamente possível dar atenção justa a cada candidatura?

A resposta é não. Por isso, recrutadores há décadas recorrem a filtros automáticos — primeiro, palavras-chave. Depois, os ATS (Applicant Tracking Systems), que trouxeram algum ganho operacional, mas também criaram uma lógica de exclusão massiva. Hoje, pesquisas mostram que mais de 80% dos currículos nunca chegam a ser lidos por um humano e menos de 3% resultam em uma entrevista real (fonte: Workopolis, TeamStage).

Ou seja: o modelo atual resolve o volume, mas não resolve a justiça nem a qualidade.

E é aqui que entra o screening com IA.

Por que o ATS não resolve o problema

O ATS nasceu para organizar dados e simplificar a vida dos recrutadores. Mas, na prática, ele:

  • Filtra candidatos por palavras-chave e formatos, ignorando contexto.
  • Cria listas “rasas”, onde bons candidatos podem ser descartados por detalhes superficiais.
  • Não avalia comportamento, potencial ou forma de pensar.
  • Não escala de maneira justa: quanto mais volume, mais rígidos ficam os filtros.

Um currículo mal escrito, uma formação não tradicional, ou mesmo a ausência de certas palavras pode excluir alguém com enorme potencial.

Pior: o ATS não garante qualidade, apenas exclusão acelerada.

Como a IA muda o jogo do screening

A diferença central da IA aplicada ao recrutamento não é “filtrar melhor”, mas entrevistar em escala.

Isso significa:

  1. Dar voz a 100% dos candidatos – todos têm chance de contar sua história.
  2. Captar sinais de comportamento e raciocínio – além do que está no papel.
  3. Oferecer consistência – entrevistas padronizadas, sem vieses inconscientes.
  4. Gerar shortlists qualificadas – não só por skills técnicas, mas por fit comportamental e expectativas alinhadas.

Exemplo prático de como a IA muda o jogo para o candidatos e para a empresas

  • Enquanto o ATS descartaria um candidato em transição de carreira porque o histórico não se encaixa, a IA pode identificar que essa pessoa adquiriu novas competências e possui traços de colaboração e resiliência que fazem sentido para a vaga.

Dados que reforçam essa mudança

  • 88% das empresas já usam alguma forma de IA no screening inicial (World Economic Forum, 2025).
  • A Unilever reduziu o tempo de contratação de 4 meses para 4 semanas ao adotar IA em recrutamento, economizando mais de 50 mil horas de trabalho (Harvard Business Review, 2022).
  • Empresas que usam IA para analisar comportamento e soft skills relataram 35% de aumento na diversidade de candidatos contratados (World Economic Forum).

Esses dados mostram que a tecnologia não é só uma “automação de planilha”, mas uma estratégia competitiva para acessar talentos que antes ficavam invisíveis.

O impacto para candidatos: ser ouvido muda tudo

O processo seletivo não é apenas sobre contratar bem.

É também sobre construir confiança com talentos.

  • 66% dos candidatos aceitam uma oferta por causa da experiência positiva no processo seletivo.
  • 26% rejeitam propostas por má comunicação ou expectativas pouco claras (Perelson, 2025).

Quando a IA dá feedback imediato, mantém contato frequente e garante que todos sejam ouvidos, a percepção da empresa muda radicalmente. Não é apenas sobre eficiência: é sobre experiência humana em escala.

IA e recrutadores: parceiros, não substitutos

É importante reforçar: IA não elimina recrutadores.

O que ela elimina é o trabalho mecânico: filtrar currículos, organizar planilhas, revisar manualmente centenas de aplicações.

Com o screening automatizado, o recrutador ganha tempo para o que realmente importa:

  • Conversar com candidatos estratégicos.
  • Entender fit cultural e visão de longo prazo.
  • Apoiar líderes na tomada de decisão.

IA é uma ferramenta de libertação do recrutador, não de substituição.

A real é que a gente tem ferramentas do futuro disponíveis hoje

O volume de candidaturas só tende a crescer. O que não pode continuar crescendo é a frustração — de candidatos invisíveis e de empresas que contratam mal.

Screening com IA é o próximo passo lógico:

  • Entrevistar todos, sem exclusão automática.
  • Qualificar com profundidade, não com atalhos.
  • Entregar shortlist que combina técnico + humano.

A pergunta que fica não é se as empresas vão adotar esse modelo, mas: quanto talento ainda vai ser perdido até que isso se torne padrão?

Agende uma demonstração da Sol hoje mesmo!

Estamos liberando testes aos poucos. Esteja entre os primeiros usuários!

Agendar uma Demonstração